ALIMENTAÇÃO DE QUALIDADE E VARIEDADE NA MESA DAS FAMÍLIAS RURAIS-ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DE TABUAS

3. DESCRIÇÃO DA REALIDADE:

Distante 36 km da sede do Município, com população de 183 habitantes, a comunidade de Tabuas está inserida na Sub Bacia Hidrográfica do rio Tabuas. “O Rio Tabuas, que nasce na serra do Bom Sucesso, banha o distrito de Miralta, e Comunidade de Cachoeira de Miralta recebe o nome de Curral Velho, que nasce na fazenda São Tarcísio, de Basílio de Paula, serve de regra a grandes extensões de terra de cultura, banha o povoado de Tabuas e deságua no rio Verde, nas Araras (PAULA, 1979, p. 89)”. Sendo uma microbacia da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco.

Até os anos 90 o rio imperava com águas fortes e volumosa, rica em variedades de peixes, hoje sucumbe no período de seca. A fonte de água para abastecimento comunitário, dessedentação de animais e irrigação é oriunda de poços artesianos, em sua maioria perfurados á revelia, sem a devida autorização dos órgãos ambientais responsáveis. Com relevo moderamente ondulado, o solo possui boa fertilidade, com bom potencial para exploração da agricultura, bovinocultura de leite e corte, cultivo de hortaliças e culturas como, o feijão, milho, mandioca. A má distribuição das chuvas é fator preponderante para frustrações de culturas anuais acima citadas, sendo que, as áreas afetadas são especificamente da agricultura familiar. O presente projeto apresentado pela Associação de Moradores de Tabuas, localizada no distrito de Vila Nova de Minas, tem o objetivo de garantir a segurança alimentar das 72 famílias, em estado de vulnerabilidade, residentes na comunidade Tabuas.

A maioria da população da comunidade de Tabuas se encontra na faixa etária dos 20 a 60 anos de idade, dados da Secretaria Municipal de Saúde. Sendo assim, são essas pessoas responsáveis pela sustentabilidade das suas famílias.

SITUAÇÃO SÓCIO – DEMOGRÁFICA – SMS - MOC

4. JUSTIFICATIVA:

A população rural, também se modernizou, uns por dificuldade de produzir, outros por comodismo, vem adotando hábitos de consumo de alimentos que não condizem com seus costumes. Por comodidade e/ou sabores diferenciados tem levado a população a troca de alimentos naturais por produtos alimentícios, estimulados por comerciais dos meios de comunicação cada vez mais apelativos ao consumo. Esses produtos, ricos em calorias e carregados de aditivos intencionais, são responsáveis pelo aumento das taxas de sobrepeso, obesidade, hipertensão, diabetes etc. tornando-se um problema de saúde pública. Essa mudança de comportamento tem contribuído para geração de lixo, impactando negativamente no meio ambiente, além de conferir uma péssima aparência á natureza. Após a criação do “Projeto Para Colher Basta Reciclar” e a implantação da coleta de lixo realizada na comunidade pela prefeitura, tem diminuído a exposição do lixo a céu aberto, porém a alimentação ainda deixa muito a desejar, considerando o baixo consumo de produtos cultivados na comunidade e região. Pensando em garantir a segurança alimentar da população local, em 2019 foi disponibilizada pela associação uma pequena área para o cultivo de uma horta comunitária no espaço onde funciona o projeto. As famílias foram capacitadas pela Emater para o preparo de defensivos naturais (biofertilizante, EM etc.) para aplicação nas diversas culturas. Portanto, as hortaliças e as frutas são cultivadas totalmente isentas de agrotóxicos. Essa horta atende diretamente 06 (seis) famílias e indiretamente 183 pessoas, porém, os equipamentos/ferramentas utilizados não atendem as necessidades dos horticultores tornando o trabalho mais penoso. No espaço não existe área de higienização das hortaliças, o que compromete a qualidade do alimento. A água utilizada para regar as hortas é oriunda do poço artesiano que abastece a comunidade. Em novembro 2021 foi construída uma caixa para coleta de água de chuva com capacidade de armazenar 50.000 litros com recurso do Codema, especificamente para irrigar a horta. São produzidos variedades de hortaliças, o que favorece suprir as necessidades nutricionais

das famílias.

O excedente da produção das hortaliças também é utilizado como moeda de troca por materiais recicláveis. Recentemente a Associação conquistou espaços com barracas em dois bairros da sede do Município para comercialização dos produtos do projeto e demais agricultores que produzem sem agrotóxicos. A liberação desse recurso vai contribuir para que o grupo trabalhe com equipamentos/ferramentas adequadas assegurando assim a saúde e bem estar dos horticultores.

5. OBJETIVOS:

1. 1. OBJETIVO GERAL:

Dar condições ás famílias de produzir seu próprio alimento, garantindo assim a segurança alimentar e nutricional, bem como a venda do excedente com vistas á geração de ocupação e renda.

1. 2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• • • Capacitar as famílias no preparo adequado da área para a produção de hortaliças
    • Elaborar junto as famílias plano de escalonamento da produção;
    • Qualificar as famílias envolvidas, no cultivo e manutenção da horta comunitária;
    • Requalificar as famílias para o preparo de defensivos naturais e aplicação correta;
    • Propiciar a inserção de hortaliças no cardápio diário por meio de capacitação, preparo correto das hortaliças, higienização, cocção e preparo de pratos diversificados;
    • Propiciar a redução do consumo de alimentos industrializados;
    • Disponibilizar a população maior e melhor oferta de alimentos de qualidade;
    • Proporcionar ocupação e renda para jovens, idosos e demais pessoas da comunidade melhorando sua autoestima;
    • Reduzir a dependência da importação de alimentos de outras regiões.

6. METAS E INDICADORES:
   1. METAS

1. 2. INDICADORES

Alguns Tipos de indicadores

1. 1. 1. Indicadores de Processo:

1. 1. 2. Indicadores de Resultado:

1. 1. 3. Indicadores de impacto:

7. METODOLOGIA/ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

No primeiro momento será realizada reunião para discutir o regulamento existente e fazer os ajustes necessários com a participação das famílias envolvidas que irão trabalhar na horta.

Fazer o cadastro das famílias que vão trabalhar participantes, bem como as demais que irão receber as hortaliças como moeda de troca do material reciclável.

Embalar para entregar para as Famílias (a base de troca),     e o excedente deve ser comercializado.

Adquirir os insumos, as embalagens, kit de irrigação, ferramentas e equipamentos (EPI) considerando os orçamentos sob acompanhamento e supervisão do conselho fiscal.

Capacitar as famílias para o correto preparo do solo utilizando aração e/ou gradagem e confecção dos canteiros observando a posição do terreno, a altura de 15 a 20 cm com o comprimento variável em função do tamanho do terreno e largura variável, sendo mais recomendada de 1 a 1,2 metro e distância entre um canteiro e outro para locomoção de 30 a 40 cm. A adubação e plantio, utilizar o adubo orgânico preparado pelas famílias e o plantio das semente e mudas adquiridas considerando o espaçamento de algumas hortaliças.

Para garantir plantas sadias e viçosas, serão feitos os tratos culturais, irrigação por microaspersor que garante a molhação adequada com economia de água. A reposição deverá ser feita de acordo com as exigências das plantas em relação à época do ano e à idade da cultura como uso de caldas alternativas. Cuidado com as plantas, fazendo a capina par que o mato que nascer entre as plantas deve ser retirado para não prejudicar o crescimento das hortaliças. O período de capina é variável, dependendo do ciclo de cultivo de cada hortaliça. para que cresçam sadias e viçosas. Será feita a operação de escarificação ou fofamento dos canteiros, para facilitar o desenvolvimento das plantas. Serão utilizadas técnicas preventivas contra o ataque de pragas e doenças, e, no caso de controle e ser utilizadas caldas, biofertilizante natural. Pós-colheita, as hortaliças serão higienizadas e embaladas destinadas para consumo das famílias e para comercialização do excedente. Em capacitação, as famílias serão orientadas na confecção de receitas variadas de acordo paladar regional, boas práticas de manipulação processamento adequado de cada produto.

FUTURO DO PROJETO

A horta comunitária de Tabuas foi iniciada em 2019 e a proposta é que seja uma ação permanente, considerando principalmente a necessidade nutricional das famílias. A Associação vem estabelecendo ao longo da sua jornada diversas parcerias, como, a Emater-MG, que desde início da implantação do projeto “Para Colher Basta Reciclar”, vem prestando assistência técnica contínua em todas as ações desenvolvidas pela instituição. Outras parcerias, como, a UFMG, Prefeitura Municipal por meio de suas secretarias estão sempre prontas a dar o apoio necessário a da comunidade e em todas as sua ações. Recentemente a Associação tem buscado outras parcerias do setor privado (Novo Nordisk/Somai) e profissionais voluntários que acreditam que possam contribuir por um ambiente preservado, segurança alimentar e melhor qualidade de vida para as famílias