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1 - DADOS CADASTRAIS DO PROPONENTE
Proponente: Associação Paula Elizabete CNPJ: 01.947.440/0001-13
Endereço: Rua Sagrada Família de Nazaré, 555 – Jaraguá
DDD/Telefone: (38) 3215-3718 E-mail: ir.ana@associacaopaulaelizabete.org.br
2 - DADOS CADASTRAIS DO CONCEDENTE
Denominação: Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente CNPJ: 22.678.874/0001-35
CNPJ: 22.678.874/0001-35 Cidade: Montes Claros UF: Minas Gerais Cidade: Montes Claros
4 - IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
4.1 - Título do Projeto
Aprimorar para fazer mais - IV
4.2 - Prazo de Execução
2 meses
4.2 – Descrição da realidade
A Associação Paula Elizabete (APE) está localizada no bairro Jaraguá, zona periférica de Montes Claros às margens da BR 122 interligada a BR 251 zonas de intenso tráfego de caminhões e áreas não urbanizadas, ambiente propício à propagação da prostituição, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, o que consequentemente contribui para o aumento do risco social e pessoal do público atendido.
Foi realizado um Diagnóstico Social pela equipe da Associação, o qual é o alicerce de atuação e intervenção. A partir dele, foi possível ter acesso às demandas e necessidades, bem como as potencialidades e fortalezas do território. A análise do diagnóstico permite a percepção e o entendimento de que o risco social na região é um fator que demanda atenção e urgência no seu atendimento. Ao analisar o discurso dos entrevistados percebe-se que os problemas que mais afetam, atualmente, estas comunidades são: a prostituição infantil, o consumo e o tráfico de droga dentro e fora dos núcleos familiares, a gravidez precoce, ou seja, o trabalho infantil e, por conseguinte a evasão escolar e a negligência parental.
Tal realidade pode ser verificada no território de atuação da Associação Paula Elizabete, já que a partir de informações do Centro de referência Assistência Social (CRAS), constatou-se que 70% dos moradores do Village/Jaraguá são beneficiados pelo programa Bolsa Família, onde há concentração de famílias nos conjuntos habitacionais oriundos do Programa Minha Casa Minha Vida, outras famílias ainda se encontram na lista de espera, e/ou residem em barracões. São famílias com mulheres como chefes de família, e em alguns casos o chefe de família masculino se encontra privado de liberdade, cumprindo pena alternativa ou em regime semiaberto. Quanto às condições socioeconômicas as famílias têm baixa renda per capta, gravidez na adolescência, e se encontram em situação de pobreza, abandono, e violência doméstica. Outro fator relevante é a presença e a influência do tráfico de drogas e alcoolismo na região. A infraestrutura dos bairros é parcial e precária, os moradores contam com os serviços de Estratégia de Saúde da Família (ESF), escolas e não contam com espaços de lazer que atendem à comunidade. Estudos apontam este território como um dos piores em nível de desenvolvimento de infraestrutura urbana.
Aliado a esse documento da Instituição, tem-se também um Diagnóstico realizado em 2016 por meio da construção coletiva que envolveu todos os setores do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, sendo eles: Conselho Tutelar, Educação, Assistência Social, Saúde, Justiça, Segurança e organizações sociais. Foram apontados como prioridades os seguintes eixos: Violência, abuso e exploração; Garantia de igualdade de condições de acesso, permanência e reingresso à educação; Medidas Socioeducativas e Serviços de Proteção da Assistência Social.
Por fim, foi realizado pela Associação no ano de 2018 um estudo juntamente com as Escolas Públicas do território, acerca da temática violação de direitos. De acordo com as respostas dos questionários, o trabalho infantil doméstico tanto em casa quanto para terceiros, o cuidar dos irmãos, dos vizinhos menores são realidades presentes. Outro dado que chama atenção é o início da vida sexual ativa de forma precoce, que origina crianças e adolescentes mães e até mesmo com DST. Muitos estão envolvidos com o uso de álcool e drogas, usam de violência física com frequência e sofrem bullying.
Diante essa triste realidade que o Projeto aqui apresentado se justifica e se faz de suma relevância: contribuir para o fortalecimento do sistema de proteção e promoção dos direitos da criança e do adolescente, no eixo social:
erradicação da extrema pobreza, do trabalho infantil e à proteção e qualificação do trabalho do adolescente.
Para tanto, teremos os equipamentos presentes no território de atuação da Associação Paula Elizabete como parceiros fundamentais, como o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), Estratégia de Saúde da Família, Escolas Públicas, PETI, Conselhos Municipais de Políticas Públicas e de Direitos e Conselho Tutelar.
4.3 - Justificativa do Projeto
A cidade de Montes Claros, situada no Estado de Minas Gerais, conquistou sua emancipação em 1857 e tem hoje uma área de 3.568,941 km² (IBGE 2010), enquanto sua sede ocupa 97km², uma população estimada em 402.027 habitantes (IBGE 2017), ocupando a 6º colocação em Minas Gerais no ranking das maiores cidades, destacando-se entre as cidades de porte médio por ser pólo da região sul da Bahia e Norte de Minas e por se localizar no 2º entroncamento rodoviário do país.
Como fora descrito, a Associação Paula Elizabete está localizada em uma zona periférica de Montes Claros que possui intenso tráfego de caminhões e áreas não urbanizadas, ambiente propício à propagação da prostituição, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, o que consequentemente contribui para o aumento do risco social e pessoal do público atendido. Ou seja, a Associação está situada em uma região marcada pelas desigualdades estruturais e pela exclusão, com situações de injustiça institucionalizada.
A implementação do Projeto “Aprimorar para fazer mais - IV” surge como uma resposta a uma demanda da comunidade na qual a Associação Paula Elizabete está inserida. Tal demanda foi identificada a partir de conversas, diagnósticos e dados dos equipamentos presentes no território. O atendimento a comunidade em situação de vulnerabilidade e risco social é uma meta presente no Portfólio da Associação Paula Elizabete para o ano de 2020. Espera-se, portanto, contar com esse recurso (R$ 2.124,80)[1], proveniente da Campanha do Fundo da Infância e Adolescência realizada por esta Instituição em dezembro de 2019 em parceria com a COPASA - Programa Confia 6%. Tal recurso será utilizado para potencializar as ações propostas no plano de ação anual, bem como fortalecer o sistema de proteção e promoção aos direitos da criança e do adolescente. Terá como base o protagonismo, pertencimento e a autonomia, para que, assim, possa colaborar nos processos de empoderamento, sustentabilidade e transformação social.
Cabe sinalizar, ainda, que as crianças e adolescentes que serão atendidas pelo projeto são residentes em um território em situação de vulnerabilidade social e demandam urgência no atendimento às famílias que vivem em situação de pobreza, desemprego, expostas ao tráfico, prostituição, uso frequente de substância psicoativas, abuso e exploração sexual, violência doméstica, negligência familiar, homicídios e crimes e outras situações de vulnerabilidade sociais que impedem o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes.
Após o que fora acima descrito, percebe-se que Estado não vem cumprindo de forma efetiva seu papel diante das demandas e necessidades do território no qual a Associação está inserida, diante disso, ratifica-se a justificativa para implantação deste Projeto. A Associação espera colaborar para a oferta de lazer e esporte, identificar e fomentar as potencialidades e fortalezas da comunidade, realizando um trabalho em rede, a fim de gerar um impacto social positivo diante da causa.
Cabe ressaltar que a Associação Paula Elizabete possui experiência na gestão e realização de projetos sociais, constitui-se como referência no território que está situado. Durante 23 anos, houve vários parceiros com o financiamento de projetos para contribuir na defesa e garantia dos direitos e melhoria da qualidade de vida da comunidade: Emenda Parlamentar, Conselho da Criança e do Adolescente, Fundação Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Itaú Social.
5 - OBJETIVOS DO PROJETO
5.1 - Objetivo Geral:
Dar continuidade nas ações do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para aproximadamente 100 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e ou risco social no município de Montes Claros, contribuindo para a garantia de direitos, a proteção social e integral do público-alvo.
5.2 - Objetivos Específicos:
- Desenvolver as oficinas para as crianças e adolescentes atendidas pelos projetos no espaço físico da Instituição;
- Propiciar vivências para o alcance de autonomia e protagonismo social das crianças e adolescentes;
- Assegurar espaços de referência para o convívio grupal, comunitário e social e o desenvolvimento de relações de afetividade, solidariedade e respeito mútuo.
6 - PÚBLICO ALVO
O público-alvo direto serão as crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e ou risco social que já participam dos projetos sociais na Instituição. Já os beneficiários indiretos serão as famílias dos atendidos, bem como a comunidade local.
Cabe ressaltar que o valor da Campanha supracitada foi de R$ 2.656,00, no entanto, considerando a legislação local acerca do Fundo da Infância e Adolescência, a qual determina que 20% do valor fiquem na conta do FMDCA, apresenta-se o presente Plano de Trabalho no valor de R$ 2.124,80.
7 - ÁREA DE ABRANGÊNCIA
A área de atuação do projeto será: Jaraguá II, Clarice Athayde, Novo Horizonte, Nova América, Village I e II, Recanto das Águas, Conjunto habitacional Minas Gerais e Conjunto habitacional Monte Sião.
8 – METAS E INDICADORES
METAS/PRODUTOS/RESULTADOS ESPERADOS
META |
PRODUTO |
RESULTADO |
Fortalecer projetos sociais que acontecem na Associação Paula Elizabete no período de 12 meses (apesar de o projeto ter duração de 02 meses, os benefícios gerados, perdurarão nos seguintes meses). |
Oficinas semanais. |
Protagonismo, fortalecimento de vínculos, convivência, pertencimento, interação, empoderamento, mobilização social, resgate da autonomia, a capacidade de liderança, troca de experiências, desenvolvimento grupal, melhoria na qualidade de vida dos beneficiários/as e suas famílias. |
Objetivos específicos |
Metas e prazos |
Indicadores |
Meios de verificação |
Período de Verificação |
1- Desenvolver as oficinas para as crianças e adolescentes atendidas pelos projetos no espaço físico da Instituição.
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Fortalecer projetos sociais que acontecem na Associação Paula Elizabete no período de 12 meses (apesar de o projeto ter duração de 02 meses, os benefícios gerados, perdurarão nos seguintes meses).
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1.2. Percentual de frequência dos Beneficiários nas aulas |
Lista de presença
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Mensal |
2- Propiciar vivências para o alcance de autonomia e protagonismo social das crianças e adolescentes.
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2.1 Número de aulas realizadas |
Relatórios com registros fotográficos |
Mensal |
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3- Assegurar espaços de referência para o convívio grupal, comunitário e social e o desenvolvimento de relações de afetividade, solidariedade e respeito mútuo. |
3.1 Nível de participação dos envolvidos |
Relatório de acompanhamento |
Mensal |
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3.2 Grau de pertencimento |
Entrevista com os beneficiários |
Anual |
9 - METODOLOGIA/ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
O projeto aqui proposto contribuirá para a oferta de espaço para o desenvolvimento do serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, com ênfase na atividade esportiva, reforço escolar, oficina de informática para as crianças e adolescentes. Ou seja, irá potencializar os projetos e programas que serão desenvolvidos na Associação Paula Elizabete no ano de 2020.
As estratégias de ação no que se refere ao atendimento serão realizadas por meio de oficinas, encontros, utilizando o espaço físico disponível na Instituição, a quadra de areia e o campo de futebol para realizar dos treinos táticos de condicionamento físico em solo, na academia e na piscina, proporcionando uma melhora nos aspectos fisiológicos, cognitivos, psicoemocionais e sociais, ou seja, contribuindo para uma melhoria na qualidade de vida e promoção da saúde; as salas de aula e laboratório de informática, todos com os equipamentos necessários, como cadeiras, mesas, quadro. Outro espaço a ser utilizado é o auditório, a partir da realização de conversas e palestras.
As atividades são monitoradas pelos seguintes instrumentais: ficha de atendimento individual, com questionário para levantamento de informações do público alvo a ser beneficiado, visitas técnicas, observação, escuta, trabalho em grupo. Todas as atividades serão acompanhadas pela gestão do Centro Paula Elizabete. Assim como avaliação sistemática com equipe interdisciplinar das ações propostas, planejamento, instrumentais e recursos utilizados.
Para tanto, serão adquiridos materiais permanentes como placa de vídeo (utilizada para ligar a televisão a um computador) e televisão para serem utilizadas nas oficinas. São equipamentos necessários para a execução do trabalho com maior qualidade. A televisão e a placa de vídeo serão de suma importância para momentos de cinemas com as crianças e adolescentes, na utilização de vídeos explicativos e, principalmente, durante a oficina de informática, e para reuniões de planejamento e capacitação da equipe técnica da associação (conforme plano de capacitação continuada e educação permanente elaborado anualmente pela organização) que atua na prestação dos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos. A televisão pode possibilitar novos olhares no saber. Uma ferramenta pedagógica usada como recurso para educar o olhar, motivar as crianças e adolescentes e transformar as oficinas em laboratórios do conhecimento humano e assim contribuir para a formação de cidadãos que conseguem ver além das imagens e participar democraticamente dos processos políticos e sociais do contexto em que está inserido. Além de ser utilizada durante as reuniões de capacitação continuada com a equipe técnica d na organização, bem como com os pais dos beneficiários.
10 - ATIVIDADES E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Meta 01 |
Fortalecer projetos sociais que acontecem na Associação Paula Elizabete no período de 12 meses (apesar de o projeto ter duração de 02 meses, os benefícios gerados, perdurarão nos seguintes meses).
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Etapa |
Atividades |
Início |
Término |
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Etapa 1 |
Atividade 1.1 |
Aquisição dos equipamentos orçados e descritos na planilha. |
1º mês |
2º mês |
Etapa 2 |
Atividade 2.1 |
Realização das atividades. |
1º mês |
2º mês |
11 - MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
A avaliação será feita através de reuniões mensais que objetivam analisar os instrumentais, bem como as ações que foram realizadas, a fim de avaliar as estratégias, propor mudanças e sugerir melhorias.
O monitoramento será realizado a partir do acompanhamento do andamento diário do Projeto, por meio da lista de presença das atividades desenvolvidas e pelos relatórios de acompanhamento.
12 - PLANO DE APLICAÇÃO DOS RECURSOS
12.2 - Detalhamentos da Despesa |
DESPESA TOTAL DO PROJETO (RESUMO GERAL) |
MATERIAL PERMANENTE
Nº |
Descrição |
Quantidade |
Nº meses |
Valor Unitário |
Valor Total |
1 |
Placa de vídeo |
01 |
R$ 216,26 |
R$ 216,26 |
R$ 216,26 |
2 |
Televisão |
01 |
R$ 1.999,00 |
R$ 1.999,00 |
R$ 1.999,00 |
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TOTAL |
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R$ 2.215,2613. |
13. FUTURO DO PROJETO
O Projeto tem como premissa o fortalecimento de vínculos, o empoderamento, protagonismo e o pertencimento local. Esses fatores são instrumentos de suma importância para garantir a sustentabilidade das atividades. O fomento da participação efetiva dos beneficiários nos conselhos de direitos e políticas públicas; além do envolvimento nas oficinas realizadas na Organização são possibilidades de transformação do contexto em que vivem, por trabalhar o desenvolvimento social, intelectual, motor, cognitivo e socioafetivo das crianças e adolescentes, assim como por possibilitar a construção de valores e responsabilidade social, fazendo com que os beneficiários não sejam dependentes, mas sim, participantes que multipliquem as ações apreendidas.
A sustentabilidade do Projeto e, por conseguinte dos beneficiários, trará mudanças em seus territórios, gerando um ciclo de ação e boa vontade em fazer diferente, em querer o bem coletivo e do ambiente.
Além disso, a Associação continuará com suas formas de captação de recursos: Grupo de Responsabilidade Social Empresarial/Conselho Consultivo, o qual apoia na organização e execução de eventos (Feijoada e Jantar Beneficente), Doação através do Fundo da Infância e Adolescência, Escrita de Projetos por meio de Editais, Doações de Pessoa Física e Jurídica.
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